sábado, janeiro 27, 2007

PAC: Programa de Aceleração do Crescimento

O Governo Lula finalmente anunciou seu pacote de medidas de investimentos para o desenvolvimento do país. Serão investidos R$ 503,9 bilhões de reais até 2010. Nunca se falou em um investimento no Brasil de tamanha cifra, o que deve estar mexendo com a cabeça das pessoas, levando-as a pensar que finalmente, alguém vai investir pesado no desenvolvimento deste país. O que fica no ar é, de onde ele arrancou tanto dinheiro para fazer tais investimentos? A resposta é: De lugar nenhum!!! Pois é, o governo quase não vai colocar a mão no bolso por esses investimentos, ficando responsável por pouco mais de 10% do total. Vejamos então, da onde vem este dinheiro: 1) Parte do dinheiro, já no orçamento de 2007, e está sendo encampado no PAC. 2) A outra parte, se trata de mercado futuro de orçamento, ou seja, dinheiro que provavelmente entrará nos próximos 3 anos nos cofres do governo. 3) Dinheiro de estatais, que sempre investem mesmo, independentemente de ter ou não o PAC. Exemplo da Petrobrás, que será responsável por quase 40% do total envolvido no projeto do governo. Simplesmente a fatia de R$ 196 bi serão investidos pela Petrobrás nas áreas de petróleo e gás. 4) Dinheiro do trabalhador, dos rendimentos do FGTS, que o governo pretende por num fundo para investimento em infra-estrutura, principalmente saneamento. A Caixa sempre usou o dinheiro do FGTS para investir em saneamento e habitação, mas o risco era da Caixa, e agora, o governo vai usar o dinheiro diretamente, sem a garantia da Caixa. 5) Dinheiro do setor privado (PPPs), que o governo ainda pretende fazer, ou seja, ainda não é concreto, não tem licitação e não tem concorrência ganha. Sendo assim, dinheiro que ainda não existe. 6) Dinheiro da redução do Superávit Primário, o que será feito através de um mecanismo inventado na época do acordo com o FMI. Uma outra questão é, falou-se em investimento, mas não se falou em cortes de gastos. Se sem cortar gastos, já não tem dinheiro para fazer nada, imagina sem cortar. Não que eu seja contra o PAC, ao contrário, sou a favor, pois pelo menos é um posicionamento de que o governo está norteando seus projetos para o investimento em desenvolvimento, porém o que o Lula fez foi reunir todos os investimentos em um só projeto, deu um nome específico e agora está fazendo propaganda como o salvador da pátria, O que não pode acontecer é bater no peito, falar que tirou leite de pedra para fazer esses investimentos, porque juntar dinheiro que outros já iriam investir, com dinheiro do FGTS sem garantia de retorno, dinheiro de PPPs que ainda não existem, para fazer um número gigantesco só para ficar bem na propaganda, e poder falar seu mais novo jargão, “Nunca na história desse país, se investiu tanto em infra-estrutura”. O que acontece na verdade, é que nunca na história desse país, se falou tanto “Nunca na história desse país...”....O que eu quero é menos discurso, menos propaganda, e mais resultados!!! Boa Sorte Lula!!!Claudino Velloso Borges

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Integração??????

Na reunião da Cúpula do Mercosul, que aconteceu no Rio de Janeiro, o presidente da Argentina, Nestor Kirchner, defendeu a criação de uma moeda única para os países do Mercosul e a criação do Banco do Sul, com a plena participação da Venezuela e Bolívia no bloco. Para ele, é fundamental reduzir as assimetrias entre os países do bloco, inclusive na atração de investimentos. Disse também que o bloco deve se consolidar como promotor da democracia de uma região cada vez mais estável em termos políticos, econômicos e sociais.
Tenho a dizer somente uma coisa a respeito: Fico feliz de estar vivo para ver tanta bobagem dita por um só presidente, que por ironia do destino, é argentino. Vamos ao ponto positivo do discurso, a criação do Banco do Sul, que é uma ação absolutamente importante para ajudar a desenvolver os países da América Latina, em um sistema de ajuda mútua entre os vizinhos. Talvez aqui esteja a única coisa realmente sensata do discurso do argentino. Agora vamos aos pontos, ao meu ver, negativos, começando pela criação de uma moeda única. Imagina o Brasil, que demorou 13 anos para conseguir uma moeda minimamente forte e estável, que representa hoje, depois de anos de luta, um país onde pode-se investir com um mínimo de segurança, abrir mão de sua moeda para entrar num bloco econômico onde países com tendências ditatoriais, como Venezuela e Bolívia, que têm se destacado por perturbações no mercado financeiro, representado por exemplo, pela reação do mercado de ações das últimas duas semanas da Venezuela, ou então a Argentina, que tem um crescimento elevado, porém luta com um problema já superado pelo Brasil, a inflação! Imagina depois de termos conquistado tudo o que conquistamos, dar um tiro no pé assinando uma moeda com tudo para dar errado, com uma perspectiva de fuga de investimentos do capital estrangeiro de todos os países do bloco, somente para qualificar um bloco econômico que não tem a menor chance de dar certo?!?!?!
Outra incoerência do nosso querido “Hermano”, é dizer que o bloco deve se consolidar como promotor da democracia de uma região cada vez mais estável em termos políticos, econômicos e sociais. Será que ele não lê os jornais? A Venezuela beirando um sistema totalmente ditatorial, onde rasgam-se os contratos e cala-se a imprensa. Um país que quase teve seu congresso fechado pelo presidente, e ainda não está livre disso acontecer; E a Bolívia, que deu um chapéu na Petrobras, “roubando” nossos investimentos, e vem o Kirchner falar de região cada vez mais ESTÁVEL EM TERMOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E SOCIAIS? Para aonde vai a segurança dos investidores neste bloco? Para aonde vai a segurança dos integrantes do bloco, dentro do próprio bloco?
É muito fácil falar de bloco econômico quando se entra somente com as crises, exemplo da Argentina, Venezuela e Bolívia, impossível é aceitar um acordo deste depois de lutar tantos anos para a estabilidade, como o Brasil lutou. Prefiro ser o mais pobre dentre os ricos e continuar meu crescimento lento, mas constante, do que ser o mais rico dentre os pobres, e me afundar junto com eles. E ainda tenho que olhar para o meu presidente que só sorri e não diz nada de concreto sobre sua opinião a respeito. Como diria o falecido Leonel Brizola, o “sapo barbudo”, mais uma vez, só olha!!! Só falta depois falar que não sabia de nada!!!!
ClaudinoVelloso Borges

terça-feira, janeiro 16, 2007

Paradoxo Americano…

Nos últimos quarenta e cinco dias e nos próximos um mes e meio, estarei morando em Cleveland, no estado norte americano de Ohio!!! Estou trabalhando em um hotel no distrito de Independence chamado Holiday Inn, onde tenho aperfeiçoado bastante o inglês, desempenhando as funções de camareiro, garçom e ajudando na ordem das conferências que o hotel recebe e além disso tenho presenciado e aprendido bastante sobre a cultura americana.
Vemos o Tio Sam como um país justo, nacionalista e centralizador… Ao meu ver só acertamos no último ponto.
Há um gigantesco e enorme buraco entre as classes sociais, caracterizado ainda mais pelas diferenças de raças… Brancos e negros não se misturam… sejam nos lugares a se freqüentar, no trabalho, no jeito de se vestir, nos relacionamentos… uma distância muito maior da que vemos no Brasil, tendo ainda os indianos (que sao muitos nos EUA) e os latinos que não se misturam nem entre si e muito menos com americanos brancos ou negros… ás vezes quando alguns de nós somos reconhecidos como brasileiros sofremos vários tipos de preconceitos e desconfiança! Isso cria uma profunda diferença de idéias, aquele país super desenvolvido e nacionalista que vemos não passa de uma criação midiática, otimizada com o pseudo-apoio popular à Guerra do Iraque e ao presidente Bush!! O americano em geral, pouco se importa com Guerra e política… Péssimo hábito de um país onde as pessoas não precisam brigar por seu direitos, já garantidos a anos e onde todos têm empregos garantidos e seus carros confortáveis.
Acertamos sim, quando falamos de centralização. Um americano não sabe onde fica o Brasil, se lá tem carro e mal sabem sobre futebol… isso até não seria o problema, afinal de contas o Brasil não é um grande diferencial no mundo, porém não sabem sobre a Europa, Canadá ou Austrália… e dado o nível de civilização e educação isso é preocupante. Mais um péssimo hábito de um país e população que se sente no centro do mundo e que todos dependem deles. Muitos países caíram assim, porém eles sabem muito pouco sobre história também!!!
Criando um grande paradoxo entre o desenvolvimento exacerbado e as informações necessárias para se sobreviver em um mundo globalizado.
Azar do Tio Sam!
J.A.

domingo, janeiro 14, 2007

Estado nada democrático e desenvolvimentista de Chávez

Como a muito se previa, Chávez anuncia projeto de mudar as leis venezuelanas para estatizar totalmente as empresas de setores estratégicos como telefonia, eletricidade e petróleo. Disse que vai tirar a autonomia do Banco Central do país e substituir membros do governo que não estão de acordo com a linha de seu governo. Tudo isso com o intuito de, segundo ele mesmo, colocar o país na rota da “República Socialista da Venezuela”. O mercado Venezuelano já respondeu a essas decisões com muita expressão, a bolsa de Caracas caiu 18%, papéis tiveram que ser parados de negociar porque chegaram a cair até 30% (caso da CANTV, emissora de TV vista como opositora, e vista agora na mira da nacionalização). O que me preocupa não é o que o Chávez esta fazendo com a Venezuela, afinal, isso é um problema dos venezuelanos. O que me preocupa é que o comportamento dele esta criando uma visão sobre a América Latina onde os investimentos estão sendo considerados de alto risco, porque a qualquer momento, pode-se entrar um líder messiânico, falando em nome do povo, que rasga contratos, revoga privatizações, muda leis, encampa empresas, e, nenhuma instituição internacional faz nada para mudar isto. Se tem uma lei contra, muda-se, se não tem lei nenhuma que permita, cria-se...e assim vai tanto na Venezuela, como na Bolívia e também no Equador. O que Chávez esta fazendo, e conseguindo, é uma total saída de capitais estrangeiros não advindos do petróleo de seu país. Ou seja, está criando uma economia totalmente dependente de um só produto (o petróleo) e um investidor (o governo), já que todo mercado interno, todo desenvolvimento industrial, tecnológico e econômico interno esta fadado ao subdesenvolvimento. O estado venezuelano não consegue investir na mesma proporção que os investidores internacionais. Esse tipo de direcionamento econômico era possível a muitos anos atrás, quando não se tinha um desenvolvimento tecnológico e até mesmo quando a concorrência e os padrões econômicos não eram esses, tão elevados, concorridos e arriscados. Chávez esta “Cubatizando”, “Ilhando” a Venezuela, colocando-a dentro de uma bolha. Até hoje tem conseguido resultados de crescimento elevado (em torno de 9%), pois ainda não tinha cutucado os investidores. E daqui pra frente, como vai ser? Claudino Velloso Borges

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Déspotas sem disfarce

Mesmo para aqueles que não se interessam pelo assunto, não tem como negar que figuras como Stalin, Mao e Hitler povoam nossos imaginários com histórias (se não fascinantes, porém intrigantes) contadas ao longo do século XX. Mas, as últimas biografias mostram, não o lado histórico desses tiranos, mas entram no plano pessoal dos homens que abalaram o mundo, com objetivos diferentes, mas com métodos “semelhantes”. Peculiar dos delírios dos loucos, Hitler agia com a crença de uma raça pura. Seu mito foi destruído junto com sua idéia. Mas o interessante mesmo foi à aura que se criou sobre Mao e Stalin. As glórias de estrategista militar para Stalin foram criadas por stalinistas aloprados (mera coincidência) que creditaram a ele as honras de ter atraído as tropas alemãs para perto de Moscou e Stalingrado, para serem derrotados pelo frio. Na verdade Stalin não acreditou até o último momento que Hitler o atacaria após firmarem o pacto. Acordou com a máquina nazista às portas do Kremlin. Stalin simplesmente fuzilou quase todos integrantes do partido. Meio milhão, ao menos, foram mortos pelo “mito”. Mas o mito começa a cair, parcialmente, depois da sua morte, quando Kruchev denuncia os crimes do chefe. Só começa a ruir totalmente com a abertura dos arquivos comunistas com a queda da URSS. Já sobre Mao, foi criado o heroísmo da Longa Marcha, refletindo em um culto maoísta, e alimentando delírios guerrilheiros no Terceiro Mundo. Na verdade, de 80 mil soldados que saíram em marcha sobre as ordens de Mao, só dez mil chegaram vivos, um ano depois, quando ele se reuniu com as outras tropas. Não mortos por balas, mas de fome e doença servindo aos desmandos do “líder”. Daqui alguns anos saberemos se Fidel Castro e Hugo Chaves são - não nas mesmas proporções - , realmente, os diabos vestindo Prada ou os revolucionários que se autodenominam (ou a história denomina). Sem mitos ou disfarces!!!!R.B

sábado, janeiro 06, 2007

Deixa o homem....

Iniciamos 2007 com a esperança de renovação pessoal e, principalmente, de melhoras em nosso país. Crescimento, distribuição social, educação e saúde para todos, são os votos que desejam o povo para o ano que chega, pois no ano que finda, bom, isso ficou no palanque em 1º de janeiro de 2003. Para provarmos que somos diferentes do mundo e que não somos regrados pela parte de cima do Equador, “nosso guia” (como diria Élio Gaspari), após a posse em 01.01.2007, foi tirar férias de quinze dias, pois ninguém é de ferro, e disse que quando voltar anunciará o PAC – Plano de Aceleração do Crescimento – com medidas para destravar a economia, sendo assim, graças a nossa Constituição, os homens que “comandam o gigante em berço esplêndido” tiram férias logo após a posse. Meu Deus!!! Crescimento de 5% ao ano, nem o Lula fala mais sobre isso, pois sabe que será praticamente impossível alcançá-lo. Então, entre o discurso de Pai do Crescimento e Pai dos Pobres, ele preferiu ficar com o de Pai dos Pobres, engajando-se em uma melhor distribuição social como meta para os próximos quatro anos. Bom, vemos 2007 como um ano de mais do mesmo, com medidas pouco ousadas e muito ortodoxas para sairmos do estado de letargia econômica que toma conta da nação. Ah, Lula, ordenou que, ao sair de férias, os ministros, que também tinham o direito delas, não poderiam tirá-las sob a justificativa de prepararem o lançamento do pacote de incentivo ao crescimento econômico. Pois é, deixa o homem descansar!!!R.B